Já todos
tentaram enumerar as sete colinas de Lisboa, mas, à
parte acertos e desacertos pessoais e
intransmissíveis, nunca ninguém soube precisar tão
estranha numérica.
As sete colinas
são a matéria dada pela identidade profunda da
cidade aberta ao mundo, vocação atlântica caldeada
pela sua História de séculos e posição
geográfica.
E assim Lisboa
cresceu tanto que as marcas de cada pedra, de cada
monumento, de cada esquina, não couberam numa única
colina!
É por isso que
os espíritos grandes nascidos da matriz da Cidade
grande se fazem cidadãos do mundo: Camões com vinho
ao almoço pelos mares da Índia, Pessoa com pastis
ao jantar pelo éter do Quinto Império, Amália com
tremossos à ceia com o sangue a correr na veia...
Do Castelo ao
Bairro Alto, de Monsanto às Avenidas Novas, Lisboa
experimenta hoje transformações que visam projectar
no século XXI, um inédito processo
drequalificação urbana que alia modernidade e
tradição.
E quando, no
próximo ano, dedicado aos Oceanos, a EXPO 98 abrir
as suas portas e nos vierem visitar os cidadãos de
todo o mundo, os lisboetas, fazendo juz à sua
conhecida hospitalidade, calcorrearão ruas, praças
e avenidas com a acrescida satisfação de
anfitriões orgulhosos, explicando com um sorriso
universal que é essa a cultura lisboeta e as suas
sete colinas.